quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Speechless




É complicado de expressar.
Expressar o que não se conhece, o que nunca se sentiu outrora, expressar o que na verdade sentimos mas não sabemos.
É mais fácil sentir. Fechar os olhos e entregarmos o eu ao tu e meramente sentir, sem complicações, sem rótulos.
Todavia, é necessário pensar, reflectir e interiorizar o que de exterior nos toca, numa tentativa de compreender, numa tentativa de nos compreendermos.
O problema é quando não nos conseguimos compreender, quando as palavras são demais mas não são as correctas, quando o que sentimos vai para além do que queríamos e para além do que conseguimos explicar.
Não há vida sem isto : sem complicações, sem que o nosso coração ande a cem e a cabeça a mil e sem conseguirmos verbalizar aquilo que sentimos e que pensamos.
Há que levantar os medos, sugar a esperança, implementar a alegria, engrandecer a bonança, e nunca mas nunca esquecermos quem somos, daquilo que queremos e daquilo que um dia pretendemos atingir, e quando um dia tudo parecer  ter um fim, olha-me nos olhos, pega-me nas mãos, e leva-me para o mundo onde reina o que ainda há de nascer, para o mundo onde tudo renasce do nada e se torna no tudo : o nosso coração.





segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Renascer


E quando se dá um mero cruzamento de olhares? Quando tudo não passa de meros corações saltitantes tentando trespassar o interior da mente humana? Quando os nossos sentidos querem mais do que a razão nos pode dar e quando tudo o que sempre acreditamos parece se despedaçar aos poucos?
Os corações batem, a respiração prossegue mas a alma sente-se apagada.
Eventualmente tudo o que nos acontece acabará por nos ensinar algo, por nos fazer usufruir de alguma sensação que de alguma forma será benigna.
Quando não há amor não vale a pena insistir, não vale a pena lutar por algo que nem sequer existe, por um nós que não subsiste e por algo que não encontra raízes para crescer. Não dá para concertar algo que sempre esteve partido, algo que nunca encontrou sentido de existir.

Quando tudo na vida parece ter um fim é simplesmente porque ela precisa de encontrar um novo início. E esse início, parte de ti.

sábado, 10 de agosto de 2013

Somos movidos pelo amor



O tempo corre e nem sentimos e peso dele. Escorre entre nós mesmos e nem por ele damos conta. A vida não tem sentido quando não há amor, quando o nosso coração não é envolto desse voluptuoso sentimento que tanto nos dá ânimo, que tanto nos dá rumo, que nos encaminha levemente para o início da vida, da nossa nova vida.
Perdidos são os sorrisos que já para trás ficaram, as memórias que lá permanecem.
Não é preciso ser fraco para relembrar um forte amor vivido, uma mágoa marcada, uma cicatriz que algures permanece na nossa alma.
Na vida o amor é essencial, seja o amor a um objectivo, seja o amor no que diz respeito à família, aos amigos, e aos que no nosso coração tocam, assim como o amor a nós mesmos como forma de dar valor ao nosso papel na vida, e ao que podemos fazer dela e alcançar com ela.
O amor, esse sim, esse sentimento perdido, toda a gente o tem e muita gente o esconde com medo de perder o que nunca lhe pertenceu; dele é impossível fugir, é um pecado fazê-lo, é ele que nos move, que nos direcciona e que em nós se instala sempre por um motivo.
Sempre para nos fazer aprender.
Aprender a amar.

sexta-feira, 8 de março de 2013

Utopia

Sinto como se fosse hoje : a angústia sentida, a tristeza afundada e a dor bramada. Não passará hoje, nem amanhã, não é algo que dê para se conformar, não me conformo. Não me conformo com a tua ausência, a dor de não te ter, a dor de não ter parte de mim comigo, e a dor de saber que já não poderei voltar a ter-te comigo.
Não me imagino a ter um dos mais perfeitos dias da minha vida sem te ter lá, não me imagino naquele dia ao qual te descolarias a meu lado dando singelos passos cheios de afecto envolvendo-me num manto de alegria inalienável; naquele dia não te terei lá.
Os meus sonhos continuam a inclinar-se procurando-te incessantemente, dou por mim embrulhada na utopia de ser mentira, de que não desvaneceste. Continuo a procurar-te em todos os rostos, em todos os passos que dou, em todos os gestos que vejo, continuo a ter esperança de um amanhã, um amanhã no qual estarás ao meu lado.
Esta ferida continuará irreparável, a alma continuará dissipável , e esta dor jamais cessará de doer.
Por favor, volta, volta nem que seja em sonhos, nem que seja num mundo imaginado, num sonho nunca aproveitado, num mundo que nunca sofreu; volta para o mundo onde o amor de pai e filha nunca morreu.



quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Essência




Paços leves, toques suaves e arrepios amistosos cingem-me à essência ainda agora despertada. Sentindo o perfume emanado, seguindo o amor não brotado, eu deixo-me envolver. Pouco me importa os contornos que poderás ter em mim,  os limites que possas ultrapassar, a amargura que mais tarde me possa abarcar, quero vivenciar o sabor inalcançável, a liberdade insaciável, a exaltação jubilosa que me delimitará e que me levará ao encaixe da minha almejada  essência, tu.
 Não há vidas sem desequilíbrios, não há amor sem lágrima brotada, sem fúria vivida, sem felicidade gritada, sem alma perdida.

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Pranto






As bolhas continuam a fervilhar em mim, a tentar transbordar-me, a tentar transbordar as incertezas e as expectativas à medida que elas se desenvolvem no mundo que eu abarco. Contemplar é o que me tem restado, aperto é o que me tem sobrado, e aqui continuo eu, à entrada da porta onde nunca vou entrar, a procurar um caminho onde me isolar, e a fingir algo que na realidade não sou eu. Lágrimas brotam na face de alguém que não entende, não se entende a si, nem ao que a envolve, lágrimas brotam na vida de alguém, que mesmo não sabendo se sobrevive, ainda se move.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Cansaço




Sinto constantemente que estou a viver algo que não é meu, um caminho que não devo seguir mas que de alguma forma que  me suplica para ir ao encontro dele. Deleito-me sempre sobre o mesmo sentimento de querer fazer algo mais, mas as pernas pesam, o corpo dói e alma está desgastada.  Há momentos em que não sinto força para me levantar, para erguer esta misera criatura que de mim se apoderou, há momentos em que peço ao tempo que me dê alento para procurar o trilho com a resposta certa e não empurrar-me para o incorrecto. A resposta está em nós, disso estou ciente, mas já não há corpo que aguente esta dor que cresce quente e me afasta de tudo aquilo em que nós cessou.
 Já não há chão que suporte a quedas a que me sujeito, nem coração latente que aguente o amor no qual me deleito.

sábado, 26 de janeiro de 2013

Ao encontro da paz



Cessarei de tentar fugir, cessarei com a busca de um amor que não existe e de um coração que não subsiste. Procurarei na minha vida algo que me abstraia e que me faça verdadeiramente feliz pois estou farta deste rio oscilador que me atira sempre para fora de mim. Renasce em mim a vontade de algo melhor, algo melhor que eu, que tu, que este amor inexistente e fervente que em mim teima em suscitar, que o calor que está presente nas palavras latentes efervescentes que redijo para me deleitar. Procurarei na minha vida algo, algo difícil de encontrar, algo que encontro em mim, que não encontro em ti : Estabilidade.

domingo, 20 de janeiro de 2013

Puzzle incompleto



Foste uma peça que me caiu, a chama que em mim se acendeu, e a luz que na minha vida se ergueu. Não vale a pena tentarmos juntar as peças quando elas próprias se tendem a afastar, quando à partida não há uma tentativa sincera de tentar construir algo.
Por mais peças que juntasse o puzzle ficava incompleto, por mais empenho que dedicasse não era suficiente. Estou cansada e desgastada desta angústia interna que não cessa de doer, deste amor que não existe mas que tenta nascer. Vou fugir, fugir para um mundo onde esta emoção não vá desflorescer para um mundo onde o amor viva sem morrer.

sábado, 12 de janeiro de 2013


Alma pequena e moribunda que acompanhas o meu passo, que me embala, que me comprime; em ti embate o meu cansaço.
O melhor , talvez, seja encobrires-te deste corpo que tão pouco já te pode dar, deste corpo que tentou encaixar-se na tua melodia e com ela ser somente feliz. Mas que felicidade é essa que teima em pelas nossas mãos escapar? Que felicidade tão fugaz que nem dela podem aproveitar. Queria puder ir mais longe, que fossemos mais longe, mas mantendo-nos sempre ao nosso alcance de maneira a não irmos longe de mais e para que tenhamos forma de retornar.
Não temos que nos restringir ao que banalmente é feito, à nossa monotonia, ao nosso vulgar e fatigado dia-a-dia que nos envolve num rio de intuições, pois não é esse o nosso destino (se é que este existe), não é isso o que ambicionamos. Ambicionamos a felicidade, e essa não a pudemos deixar fugir ou esconder-se de nós, temos de prende-la ao sitio de onde ela nunca saiu : do nosso coração.