É complicado
de expressar.
Expressar o
que não se conhece, o que nunca se sentiu outrora, expressar o que na verdade
sentimos mas não sabemos.
É mais fácil
sentir. Fechar os olhos e entregarmos o eu ao tu e meramente sentir, sem complicações,
sem rótulos.
Todavia, é
necessário pensar, reflectir e interiorizar o que de exterior nos toca, numa
tentativa de compreender, numa tentativa de nos compreendermos.
O problema é
quando não nos conseguimos compreender, quando as palavras são demais mas não
são as correctas, quando o que sentimos vai para além do que queríamos e para
além do que conseguimos explicar.
Não há vida
sem isto : sem complicações, sem que o nosso coração ande a cem e a cabeça a mil
e sem conseguirmos verbalizar aquilo que sentimos e que pensamos.
Há que
levantar os medos, sugar a esperança, implementar a alegria, engrandecer a bonança,
e nunca mas nunca esquecermos quem somos, daquilo que queremos e daquilo
que um dia pretendemos atingir, e quando um dia tudo parecer ter um fim, olha-me nos olhos, pega-me nas
mãos, e leva-me para o mundo onde reina o que ainda há de nascer, para o mundo
onde tudo renasce do nada e se torna no tudo : o nosso coração.