quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Cansaço




Sinto constantemente que estou a viver algo que não é meu, um caminho que não devo seguir mas que de alguma forma que  me suplica para ir ao encontro dele. Deleito-me sempre sobre o mesmo sentimento de querer fazer algo mais, mas as pernas pesam, o corpo dói e alma está desgastada.  Há momentos em que não sinto força para me levantar, para erguer esta misera criatura que de mim se apoderou, há momentos em que peço ao tempo que me dê alento para procurar o trilho com a resposta certa e não empurrar-me para o incorrecto. A resposta está em nós, disso estou ciente, mas já não há corpo que aguente esta dor que cresce quente e me afasta de tudo aquilo em que nós cessou.
 Já não há chão que suporte a quedas a que me sujeito, nem coração latente que aguente o amor no qual me deleito.

sábado, 26 de janeiro de 2013

Ao encontro da paz



Cessarei de tentar fugir, cessarei com a busca de um amor que não existe e de um coração que não subsiste. Procurarei na minha vida algo que me abstraia e que me faça verdadeiramente feliz pois estou farta deste rio oscilador que me atira sempre para fora de mim. Renasce em mim a vontade de algo melhor, algo melhor que eu, que tu, que este amor inexistente e fervente que em mim teima em suscitar, que o calor que está presente nas palavras latentes efervescentes que redijo para me deleitar. Procurarei na minha vida algo, algo difícil de encontrar, algo que encontro em mim, que não encontro em ti : Estabilidade.

domingo, 20 de janeiro de 2013

Puzzle incompleto



Foste uma peça que me caiu, a chama que em mim se acendeu, e a luz que na minha vida se ergueu. Não vale a pena tentarmos juntar as peças quando elas próprias se tendem a afastar, quando à partida não há uma tentativa sincera de tentar construir algo.
Por mais peças que juntasse o puzzle ficava incompleto, por mais empenho que dedicasse não era suficiente. Estou cansada e desgastada desta angústia interna que não cessa de doer, deste amor que não existe mas que tenta nascer. Vou fugir, fugir para um mundo onde esta emoção não vá desflorescer para um mundo onde o amor viva sem morrer.

sábado, 12 de janeiro de 2013


Alma pequena e moribunda que acompanhas o meu passo, que me embala, que me comprime; em ti embate o meu cansaço.
O melhor , talvez, seja encobrires-te deste corpo que tão pouco já te pode dar, deste corpo que tentou encaixar-se na tua melodia e com ela ser somente feliz. Mas que felicidade é essa que teima em pelas nossas mãos escapar? Que felicidade tão fugaz que nem dela podem aproveitar. Queria puder ir mais longe, que fossemos mais longe, mas mantendo-nos sempre ao nosso alcance de maneira a não irmos longe de mais e para que tenhamos forma de retornar.
Não temos que nos restringir ao que banalmente é feito, à nossa monotonia, ao nosso vulgar e fatigado dia-a-dia que nos envolve num rio de intuições, pois não é esse o nosso destino (se é que este existe), não é isso o que ambicionamos. Ambicionamos a felicidade, e essa não a pudemos deixar fugir ou esconder-se de nós, temos de prende-la ao sitio de onde ela nunca saiu : do nosso coração.