Na vida temos de aceitar os acontecimentos que nela se sucedem. Todos
os dias somos confrontados com situações com as quais não podemos controlar, as
quais não podemos fazer rigorosamente nada para além de aceitar. Aceitar as
escolhas, aguentar as consequências.
Aceitar.
Mas afinal,
como pode um coração aceitar que um amor tão forte chegou ao fim? Que o nosso
um mais um não é mais igual a 3? Que todas as vivências, as entregas, os
obstáculos ultrapassados, as partilhas, o amor, se perdeu num nada que outrora fora
um tudo?
“o que um
não quer, dois não fazem”- esta é em
parte a resposta. Eu luto sempre pelas pessoas que gosto, pelas pessoas que
amo, mas com o tempo apercebi-me que não adianta lutar sozinha. Não adianta
remar contra a maré sozinha. Não posso ser eu e tu ao mesmo tempo.
Acho que
algures no tempo me perdi a lutar por dois. Perdi-me. De mim mesma. Vivi pro “tu”
e esqueci-me do “eu”. Esqueci-me de que eu também importo. Esqueci-me de que eu
também mereço que lutem por mim, que me amem e que me respeitem.
Sempre quis
crer que o amor supera tudo, mas a verdade é que amar só não chega. E hoje, eu
reconheço isso.
Não consigo elucidar-te
de toda a dor que me fizeste sentir. Tudo o que disseste fervilhou em mim e aos
poucos foi destruindo tudo o que outrora fora contruído. Por mais pedidos de desculpas por ti brotados não altera o facto
de em algum momento o teres pensado, de o teres sentido, de fazeres-me sentir
como se nunca tivéssemos sido nada. Mas sabes o que mais me consume? É o facto
de que sem te teres apercebido, tiraste a vida a parte do sentimento que eu
tinha por ti. O que me dói mais é saber que eu não te quero de volta.
*Ain't
runnin' from myself no more*