sexta-feira, 9 de setembro de 2011

In The Mirror


Olho-me ao espelho, deleito-me no reflexo, no reflexo desse alguém que um dia deixou fugir a existência que tinha nas mãos.
Esse alguém que agora não passa duma miragem de um passado inacabado e de um futuro cativante. Deixei escorregar esse alguém sem pensar uma vez em voltá-lo a apanhar. Esse alguém que cuja vida agora o fascina, esse alguém cujo o amor lhe suscita vida e apazigua a mágoa. Esse alguém que hoje não é ninguém sem ti.
O relógio toca solenemente dentro dos meus ouvidos como do bater do coração se tratasse. As baladas começam a fazer sentido, começam a relembrar-me de que é hora de partir, hora de deixar esta sequência de sensações que teima em suscitar em mim.
É hora de erguer o nosso tempo, erguer o tempo em que somos nós os reis do nosso mundo, o tempo em que não importa se os outros compreendem, se aceitam, se acham ético ou correcto, pois este é o nosso tempo de glória e vou dançar com ele, num mundo que é teu, que é meu, que é nosso.